Uma história de Pedro Ramalho (8 anos)
Era uma vez um castelo onde vivia um cavaleiro.
Junto ao castelo existia uma aldeia onde ele viveu antes de se mudar para o castelo e ser armado cavaleiro.
Ao visitar a aldeia encontrou dois cientistas a escavarem a terra, que lhe disseram:
- Nobre cavaleiro, nós encontrámos um vulcão subterrâneo, que irá fazer explodir toda a aldeia daqui a cinco dias!
- Se quiseres salvá-la terás de fabricar um escudo-salame, que de tão duro, impedirá que o fogo do vulcão atinja as casas e as pessoas.
O cavaleiro não sabia onde encontrar a receita para fazer um escudo-salame e os cientistas também não lhe disseram como o fazer, antes de se irem embora.
De repente, uma menina com dois totós apareceu à frente do cavaleiro e disse-lhe:
- Eu sei, eu sei, eu sei… onde se encontram os ingredientes para a receita que tens de fazer. Deverás ir procurá-los na floresta mágica, mas cuidado, vive lá uma fada atarantada que protege os ingredientes mágicos de quem os for procurar. Além disso está muito constipada e cada vez que espirra faz um feitiço, ao calhas, que pode transformar quem for por ele atingido.
O cavaleiro, decidido a salvar a sua aldeia, resolveu ir procurar os ingredientes mágicos para fazer o escudo-salame, na floresta mágica.
Tentou evitar a fada atarantada e os seus espirros trapalhões, mas acabou por encontrá-la junto a uma árvore, constipada e a beber um chá.
Quando a fada se apercebeu da sua presença ela aproximou-se do cavaleiro e deu-lhe vários pontapés.
O cavaleiro ficou furioso com a reacção da fada, apesar de os pontapés lhe terem doído pouco, pois a fada era muito pequenina e não tinha muita força.
Estava quase a dar-lhe um valente par de açoites quando a fada espirrou e transformou-o, sem querer, num falcão.
O cavaleiro ficou muito triste por se ter transformado num pássaro, mas ao mesmo tempo ficou contente por poder voar e muito depressa como fazem os falcões.
Decidiu utilizar os seus novos poderes para, mais depressa, encontrar os ingredientes necessários para salvar a aldeia.
Com o seu bico apanhou uma folha de lagarta, uma pena de passarinho, uma cauda de rato morto e um dente de leite de um humano e pousou-as num ninho de falcão que encontrou num penhasco ali perto.
Faltava-lhe apenas misturar os ingredientes numa casca de bolota gigante para poder salvar a aldeia, conforme lhe tinha dito a menina dos totós.
Encontrou então uma árvore onde estavam dois esquilos a proteger uma bolota gigante e logo se preparou para completar a sua missão.
Para não ter de lutar com os esquilos, atirou-lhes muitas nozes e avelãs para o chão, esperando assim distraí-los e capturar a sua almejada bolota. Assim foi, os esquilos foram a correr comer as nozes e as avelãs, enquanto o cavaleiro-falcão apanhou a bolota gigante.
De volta ao ninho, colocou todos os ingredientes na casca da bolota e lembrou-se que lá tinha deixado um pau para os poder misturar.
Provou a receita, que até estava boa, e ficou protegido contra o fogo do vulcão.
Dirigiu-se então à aldeia e colocou a poção à sua volta para a proteger. Quando o vulcão finalmente explodiu, a aldeia foi salva embora não sem primeiro ter dado um valente salto, quase cem metros pelo ar, antes de voltar a assentar em cima do vulcão, agora já extinto pela acção da magia.
O cavaleiro estava feliz por ter conseguido salvar a sua aldeia. Dirigiu-se então ao castelo e escreveu com o bico uma carta aos seus súbditos, dizendo-lhes o que tinha acontecido.
Estes, incapazes de inverter a magia da fada, vestiram-no com as roupas de cavaleiro e ele reinou no castelo ainda por muitos anos como o cavaleiro-falcão.
A felicidade voltou às suas terras e ainda hoje é lendária a fama do cavaleiro-falcão, que salvou a aldeia do vulcão e que voava como uma seta vigiando os limites do seu domínio, zelando pela felicidade dos seus súbditos e dos aldeões.
Fim
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