sexta-feira, 11 de abril de 2008

O Cavaleiro-Falcão




Uma história de Pedro Ramalho (8 anos)

Era uma vez um castelo onde vivia um cavaleiro.
Junto ao castelo existia uma aldeia onde ele viveu antes de se mudar para o castelo e ser armado cavaleiro.
Ao visitar a aldeia encontrou dois cientistas a escavarem a terra, que lhe disseram:
- Nobre cavaleiro, nós encontrámos um vulcão subterrâneo, que irá fazer explodir toda a aldeia daqui a cinco dias!
- Se quiseres salvá-la terás de fabricar um escudo-salame, que de tão duro, impedirá que o fogo do vulcão atinja as casas e as pessoas.
O cavaleiro não sabia onde encontrar a receita para fazer um escudo-salame e os cientistas também não lhe disseram como o fazer, antes de se irem embora.
De repente, uma menina com dois totós apareceu à frente do cavaleiro e disse-lhe:
- Eu sei, eu sei, eu sei… onde se encontram os ingredientes para a receita que tens de fazer. Deverás ir procurá-los na floresta mágica, mas cuidado, vive lá uma fada atarantada que protege os ingredientes mágicos de quem os for procurar. Além disso está muito constipada e cada vez que espirra faz um feitiço, ao calhas, que pode transformar quem for por ele atingido.
O cavaleiro, decidido a salvar a sua aldeia, resolveu ir procurar os ingredientes mágicos para fazer o escudo-salame, na floresta mágica.
Tentou evitar a fada atarantada e os seus espirros trapalhões, mas acabou por encontrá-la junto a uma árvore, constipada e a beber um chá.
Quando a fada se apercebeu da sua presença ela aproximou-se do cavaleiro e deu-lhe vários pontapés.
O cavaleiro ficou furioso com a reacção da fada, apesar de os pontapés lhe terem doído pouco, pois a fada era muito pequenina e não tinha muita força.
Estava quase a dar-lhe um valente par de açoites quando a fada espirrou e transformou-o, sem querer, num falcão.
O cavaleiro ficou muito triste por se ter transformado num pássaro, mas ao mesmo tempo ficou contente por poder voar e muito depressa como fazem os falcões.
Decidiu utilizar os seus novos poderes para, mais depressa, encontrar os ingredientes necessários para salvar a aldeia.
Com o seu bico apanhou uma folha de lagarta, uma pena de passarinho, uma cauda de rato morto e um dente de leite de um humano e pousou-as num ninho de falcão que encontrou num penhasco ali perto.
Faltava-lhe apenas misturar os ingredientes numa casca de bolota gigante para poder salvar a aldeia, conforme lhe tinha dito a menina dos totós.
Encontrou então uma árvore onde estavam dois esquilos a proteger uma bolota gigante e logo se preparou para completar a sua missão.
Para não ter de lutar com os esquilos, atirou-lhes muitas nozes e avelãs para o chão, esperando assim distraí-los e capturar a sua almejada bolota. Assim foi, os esquilos foram a correr comer as nozes e as avelãs, enquanto o cavaleiro-falcão apanhou a bolota gigante.
De volta ao ninho, colocou todos os ingredientes na casca da bolota e lembrou-se que lá tinha deixado um pau para os poder misturar.
Provou a receita, que até estava boa, e ficou protegido contra o fogo do vulcão.
Dirigiu-se então à aldeia e colocou a poção à sua volta para a proteger. Quando o vulcão finalmente explodiu, a aldeia foi salva embora não sem primeiro ter dado um valente salto, quase cem metros pelo ar, antes de voltar a assentar em cima do vulcão, agora já extinto pela acção da magia.
O cavaleiro estava feliz por ter conseguido salvar a sua aldeia. Dirigiu-se então ao castelo e escreveu com o bico uma carta aos seus súbditos, dizendo-lhes o que tinha acontecido.
Estes, incapazes de inverter a magia da fada, vestiram-no com as roupas de cavaleiro e ele reinou no castelo ainda por muitos anos como o cavaleiro-falcão.
A felicidade voltou às suas terras e ainda hoje é lendária a fama do cavaleiro-falcão, que salvou a aldeia do vulcão e que voava como uma seta vigiando os limites do seu domínio, zelando pela felicidade dos seus súbditos e dos aldeões.

Fim

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